sábado, 7 de janeiro de 2012

Marco alemão, a força de uma moeda "morta-viva"

Deutsche Welle


Marcos e pfennige

A Alemanha é um dos poucos países da União Europeia a garantir, por prazo ilimitado, a possibilidade de trocar sua antiga moeda corrente por euros. As reservas de marcos em todo o mundo ainda são consideráveis.


O líder do Partido Social Democrata (SPD) alemão, Sigmar Gabriel, criticou pela primeira vez publicamente o comportamento do chefe de Estado Christian Wulff, no escândalo dos créditos. "É péssimo um presidente federal ter deixado a coisa chegar a tal ponto. Essa discussão toda é indigna e repulsiva", declarou na edição deste sábado (07/01)do jornal Bild.

"Abismos profundos"

Gabriel acusou Wulff de deslocar na direção errada os critérios de honestidade e credibilidade. "Uma caixa de supermercado já é demitida só por haver guardado um vale para si. Mas o presidente é da opinião que para ele vigoram regras especiais."
Segundo o deputado Stefan Wenzel, chefe da bancada verde da Baixa Saxônia, Wulff teria ocultado ainda mais informações relativas ao financiamento de sua casa, do que se pensava, Assim, o presidente não registrou em cartório a compra do imóvel, não mencionou no cadastro quem lhe concedera o crédito, e até o momento não apresentou comprovantes de pagamento do empréstimo. Wenzel forneceu estas informações ao periódico Frankfurter Rundschau. "Aqui se abrem abismos profundos, que eu não considerava possíveis", comentou.´

Pequenos e grandes comerciantes de olho na 'moeda-zumbi'
A entrevista para as TVs ARD e ZDF, na última quarta-feira, foi uma oportunidade de reabilitação perante a opinião pública, mas que Wulff desperdiçou. Logo após, a presidente do partido A Esquerda, Gesine Lötzsch, comentou: "Muitas questões continuam em aberto. [Wulff] continua insistindo em sua tática de vencer pelo cansaço. Ele tem uma relação deformada para com a imprensa, a verdade e o dinheiro".

"Shoe for you!"


Os grupamentos da coalizão de governo federal alemã, União Democrata Cristã, União Social Cristã (CDU/CSU) e Partido Liberal Democrático (FDP), desmentiram uma notícia de jornal, segundo a qual já tivessem deliberado sobre um processo de sucessão, caso Wulff renuncie.
O Rheinische Post divulgou que os líderes dos partidos em questão – Angela Merkel (CDU), Horst Seehofer (CSU) e Philipp Rösler (FDP) – não mais pretenderiam apoiar Wulff, caso se constate que ele tenha faltado com a verdade. Ainda segundo o jornal publicado em Düsseldorf, planeja-se indicar um sucessor que também "pudesse ser aceito pelos círculos socialista e verde".
Diante do palácio presidencial Bellevue, em Berlim, realizou-se neste sábado uma manifestação em protesto pelos escândalos envolvendo Christian Wulff. A ação foi organizada pelo Creative lobby of future (Clof), através da rede social Facebook, inicialmente 150 participantes estavam registrados, porém foi bem maior o número dos que exigiam a renúncia do chefe de Estado.
Acompanhado por cartazes e apitos, o slogan do protesto foi "Mostrar o sapato para Wulff – Shoe for you, Mr. President!". Na cultura árabe esse gesto representa escárnio, mas é também uma forma de expressar cólera e desprezo. "Queremos só mostrar os sapatos, não jogar", acentuou o porta-voz do protesto, Jürgen Jänen.


AV/dpa/afp/dapd
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