Da Unificação até o término da Primeira Guerra Mundial.
Brasão de armas Casa Von Hohenzillern |
Bandeira |
Dando seqüência à “Um pouco de História...” relembramos que com a ascensão do rei prussiano Guilherme I (1871) ao poder, a Prússia passou a ter, além da supremacia econômica sobre a Áustria, também, a liderança política em toda a região dos estados germânicos. A partir da união da elite alemã, neste momento, localizada na Prússia, com os representantes feudais, favoreceu a união dos estados alemães, governado, então, pela casa Von Hohenzillern.
Casa Von Hohenzillern |
Guilherme I - Primeiro Imperador da Alemanha |
Imperatriz da Alemanha Augusta Luísa Catarina de Saxe-Weimar |
Os Hohenzillern foi uma importante família nobre prussiana e depois de 1871, do império alemão. Desde 1618 a família governava o Ducado da Prússia, cujo chefe da família possuía o título de duque e em 1701 conquistaram o título de reis da Prússia. Em 1871, como já escrevemos, os prussianos unificaram os estados germânicos, e fez seu primeiro rei – Guilherme I dando início ao período do Império Alemão que terminou no fim da 1° Guerra Mundial, em 1918.
Mapa da Alemanha - 1871 |
Chanceler Otto Von Bismark |
Para dar seqüência à "Um pouco de História..." - Império Alemão, de maneira sintética, lembramos 3 vitórias militares, sob o comando do Chanceler Otto Von Bismark que resultou na unificação do reino alemão, em 1871:
1 – Aliança com o império austríaco e a vitória sobre a Dinamarca – 2° Guerra do Schleswig (1864) – Aquisição do Schleswig-Holstein.
2 – Aliança com o reino da Itália que eclodiu com a guerra Austro-prussiana(1866), contra o império austríaco, polindo as últimas arestas de assuntos internos da Alemanha e permitindo a fundação Confederação da Alemanha do Norte ( base principal do reino alemão) sem a interferência austríaca.
1866 - Guerra das Sete Semanas Os prussianos venceram os austríacos na batalha de Sadowa |
3- A Guerra franco-prussiana (1870-1871) contra a França. Após seu término, a confederação se transformou no império alemão, cujo rei prussiano Guilherme foi aclamado rei da Alemanha unificada.
Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) Conflito armado entre a França de Napoleão III e um conjunto de estados germânicos liderados pela Prússia |
Palácio de Versalhes - 18 de Janeiro de 1871 |
O maior triunfo de Bismarck ocorreu a 18 de Janeiro de 1871.Guilherme I da Prússia foi proclamado o primeiro imperador da Alemanha, em Versalhes - França. Para a Prússia, a proclamação do Segundo Império alemão foi o auge das ambições de Bismarck em unificar a Alemanha.
O perfil da Alemanha Unificada -1871
Capital: Berlim
Língua oficial: Alemão
Religião: Protestantes: 60%
Católico: 39%
Judaísmo : 1%
Governo; Monarquia Federal
1871 – 1888: Guilherme I
1888: Frederico III
1888 – 1918: Guilherme II
Chanceler: 1871-1890: Otto Von Bismarck
Área: 1910: 54085754m2
Império Alemão.
O Império Alemão adotou a constituição da Confederação Alemã do Norte com pequenos ajustes, esboçada pelo próprio Chanceler Otto Von Bismark, em 1866. Foi adotado o Reischstag (Parlamento), diferentemente que o Parlamento na Prússia.Com um toque democrático é eleito por sufrágio direto e equitativo. Na Alemanha unificada, o poder executivo era exercido pelo rei (Keiser), que nomeava seu chanceler, como foi, por muito tempo, Bismarck. O chanceler propunha as leis, as quais o parlamento aprovava ou não.
Bismarck |
Na época, algumas regiões da Alemanha unificada apresentavam um alto número de população polonesa o que preocupava as lideranças responsáveis pela unificação do Estado alemão.
Prússia Oriental – 75% alemães e 19% poloneses
Prússia Ocidental - 66% de alemães e 33% de poloneses
Posen - 62% de poloneses e 38% de alemães
Silésia - 75% de alemães e 25% de poloneses
Houve maior crescimento demográfico entre os poloneses no novo território da Alemanha unificada. Neste período houve um aumento de migração do leste (reduto polonês) para o oeste da Alemanha, que se industrializava – Ostflucht. Estes dois fatores resultaram em um leste da Nação alemã mais “polonesa”. Bismark e outras lideranças aplicaram uma política que “neutralizava” as minorias polonesas. Buscavam o fortalecimento e solidez da nova Nação que acabara de ser unificada. Para isto, os Junkes – elite proprietária de terras - mantiveram, durante o Império alemão, grande poder político.
A política adotada pelo primeiro chanceler alemão – Otto Von Bismarck foi responsável para que a Alemanha se tornasse a maior potência industrial mundial nas últimas décadas do século XIX.
Já vimos isto nos últimos Post´s “Um pouco de História...”.
Na década que ocorreu a unificação, já existia grande competição da indústria alemã e da americana.
Após a unificação dos estados alemães, Bismarck tinha preocupações e temores diante de situações que poderiam ameaçar a criação do Estado alemão. São estas:
Soldado prussiano |
1 – A corporação dos estados católicos da região sul da Alemanha e das terras anteriormente polonesas, ao leste - Kulturkampf. Destes, surgiu o Partido do Centro Católico e para os líderes alemães, representava a principal ameaça à unificação alemã denominada pelos historiadores como nacionalismo militar-aristocrático prussiano de Bismarck. Na época, os católicos eram visto como suseranos diretos do Papa, ou seja, deviam-lhe obediência – mesmo acima do Estado Alemão. Mas isto terminou por volta de 1878, quando o Partido do Centro Católico e Bismarck se uniram contra o socialismo. Com isto houve o fortalecimento do catolicismo na Alemanha.
A partir das reflexões de Marx e Engels, teve como base objetiva o deslocamento do centro do movimento revolucionário mundial da França para a Alemanha |
2 – Para combater a influencia socialista, Bismarck concordou em criar um Estado de Previdência Social, fazendo com que os trabalhadores apoiassem o nacionalismo alemão – resultando em uma Reforma social. Só para se ter uma idéia, esta reforma era a mais avançada da época e permanece até os dias atuais, com pequenas alterações.
3 – A Unificação Social a partir da minimização de diferenças, principalmente na área da legislação, entre os diversos estados alemães, que haviam sido independentes por séculos. (1871 – Código penal comum : Reichsstrafgesetzbuch; 1877 – Leis de Processo e criminal; 1873 – Código Civil comum que substituiu todas as leis civis nos estados) O Código Civil alemão (Bürgerliches Gesetzbuch ou BGB) entrou em vigor no dia 1° de janeiro de 1900, fruto de muito trabalho e está em vigor até hoje, com algumas atualizações.
Neste período, compreendemos um pouco melhor, uma das causas que resultou no grande número de migração e imigração a partir do território alemão. Período, no qual ocorreu grande imigração para o Brasil e para o Vale do Itajaí.
Por que isto?
Alto Vale do Itajaí |
Por que isto?
O poder político na Alemanha permaneceu na mão da aristocracia, por questões de segurança nacional. A base econômica dos proprietários de terra diminuiu em relação ao aumento da economia industrial, ou seja – migração do campo para a cidade.
O militarismo foi a ferramenta usada pelo Estado de Bismarck para unir as classes dirigentes (aristocracia militar e industriais). Com isto o governo alemão, continuou a modernização sem alterar a estrutura sócio-políticas da Alemanha, nesta época. Cada setor recebia o que desejava, ou seja: A elite recebia vantagens na expansão ultramarina formal; os grandes monopólios, recebiam investimentos ultramarinos e o afastamento da concorrência estrangeira; os burocratas recebiam novas funções; os militares, promoções e a aristocracia recebiam mais títulos formais, embora estivessem e declínio.
Surgiu, a partir da elite que tentava neutralizar o surgimento do socialismo na Europa e na America do Norte, o imperialismo nacionalista. Idéias eram disseminadas entre a classe trabalhadora industrial, enaltecendo sentimentos nacionalistas que fortalecia a unidade militar. A partir destas idéias, nesta época a Prússia conseguiu criar uma forte máquina militar.
Neste período, as colônias, no mundo, cresciam, principalmente, como mercado e fonte de matéria prima. Este fato fez com que Bismarck reconhecesse seu valor político, e envolvesse seu país em aventuras além mar. Estes movimentos sociais, econômicos e políticos entre as potências centrais absolutistas, agora eram liderados pela Alemanha, na companhia de potências aliadas. Isto fez com que o Reino Unido, França e Rússia ficassem alertas, pois se sentiam ameaçadas em seus mercados e até mesmo em sua segurança.
Estas iniciativas e outras, no campo da política internacional fizeram com que o Reino Unido se aliasse politicamente à França e à Rússia – Tríplice Entente, já delineando a queda de Bismarck na Alemanha.
Com já escrevemos, o início do Império Alemão aconteceu sob o governo de Bismarck, como chanceler do imperador Guilherme I. Em 1888, Guilherme I morreu. Assumiu o trono, seu filho Frederico III que morreu 99 dias após o pai. Assumiu, então, Guilherme II, o rei que destituiu Bismarck do cargo de chanceler da Alemanha, em 1890.
Em 28 de junho de 1914, o herdeiro imperial de um dos tronos mais poderosos da Europa, na época – Austro-Húngaro foi assassinado na Sérvia. Francisco Ferdinando de Habsburgo – Arquiduque do império Austro-húngaro.
Ferdinando era sobrinho de Francisco José I, imperador Austro-húngaro (Marido da imperatriz Sissi – cuja história postamos aqui no Blog) e sobrinho da Imperatriz Maria Leopoldina de Habsburgo do Brasil – esposa do imperador Pedro I de Bragança. Foi assassinado por Gavrulo Princip, terrorista do grupo “Mão Negra”, em território Sérvio. Naquela época, o principal problema político da monarquia Austro-húngara eram as tensões nacionalistas (como os poloneses na Alemanha) com os eslavos do império. O imperador Francisco José, era partidário da abertura, transformando sua monarquia em uma monarquia federal tripartida, onde os eslavos teriam reconhecido sua autonomia. Com isto, a Sérvia não ficou satisfeita, pois organizava e coordenava a defesa destes povos diante do reino Austro-húngaro com a ambição de tê-los sob domínio. Os sérvios queriam o conflito para dominar as minorias posteriormente e Francisco Fernando, queria a paz.
Francisco Ferdinando de Habsburgo |
Ferdinando era sobrinho de Francisco José I, imperador Austro-húngaro (Marido da imperatriz Sissi – cuja história postamos aqui no Blog) e sobrinho da Imperatriz Maria Leopoldina de Habsburgo do Brasil – esposa do imperador Pedro I de Bragança. Foi assassinado por Gavrulo Princip, terrorista do grupo “Mão Negra”, em território Sérvio. Naquela época, o principal problema político da monarquia Austro-húngara eram as tensões nacionalistas (como os poloneses na Alemanha) com os eslavos do império. O imperador Francisco José, era partidário da abertura, transformando sua monarquia em uma monarquia federal tripartida, onde os eslavos teriam reconhecido sua autonomia. Com isto, a Sérvia não ficou satisfeita, pois organizava e coordenava a defesa destes povos diante do reino Austro-húngaro com a ambição de tê-los sob domínio. Os sérvios queriam o conflito para dominar as minorias posteriormente e Francisco Fernando, queria a paz.
Imperador Austro-Húngaro Francisco José I |
O governo Austro-húngaro acusou a Sérvia pela morte e deu um ultimato, exigindo do governo sérvio a repressão das ações antiaustriacas feitas em seu território e autorização para que policiais austríacos participassem das investigações do atentado e com isto a punição dos responsáveis. A Sérvia negou o ultimato e justificou que este violava a sua soberania.
A Alemanha e seus aliados estavam em vantagem no conflito até 1917, quando, então os Estados Unidos entrou na guerra ao lado da Tríplice Entente. Guilherme II exilou-se em novembro de 1918, quando houve uma revolução pelo SDP de oposição e por grupos comunistas que tentaram um golpe, mas não conseguiram, em janeiro de 1919. Em junho deste mesmo ano, através do Tratado de Versalhes, foi formalmente finalizada a guerra.
A Alemanha perdeu territórios para a França, Bélgica, Polônia (Neste momento, surgiu como país) e foi obrigada a pagar indenizações por sua responsabilidade na guerra.
A Alemanha perdeu territórios para a França, Bélgica, Polônia (Neste momento, surgiu como país) e foi obrigada a pagar indenizações por sua responsabilidade na guerra.
Foram 3 imperadores do período Império Alemão, desde sua formação em 1871, até 1918, quando se dissolveu:
Guilherme I – 18 de janeiro de 1871 – 9 de março de 1888
Frederico III – 9 de março de 1888 – 15 de junho de 1888
Guilherme II – 15 de junho de 1888 – 9 de novembro de 1918
Curiosidades
1 – Os membros da família Hohenzillern descendem da Ordem dos Cavaleiros Teutônicos. Tem origens no Castelo de Hohenzillern, nas redondezas da cidade de Hechingen, na Suábia – Século XI.
Castelo de Hohenzillern |
Imperatriz do Brasil da Casa de Habsburgo Maria Leopoldina |
Primeira bandeira do Brasil idealizada pela jovem Imperatriz Verde dos Braganças e amarelo dos Habsburg |
4 - Em 1884- 4 anos antes do imperador Guilherme I morrer, Hermann Otto Blumemau, fundador da cidade de Blumenau, retornou à Alemanha, agora unificada, diferentemento, da época que imigrara para o Brasil, em 1850.
5 - Engels forneceu sua contribuição à teoria do socialismo científico. Ou seja, de estender à natureza a concepção materialista da dialética, uma vez que Marx se dedicou ao ser social. A contribuição engelsiana conferiu ao marxismo, o caráter de filosofia, contendo uma concepção de mundo, não apenas da sociedade.
Os seus últimos anos de vida, Engels trabalhou na edição do segundo e do terceiro volumes de O Capital de Marx. Ao morrer, dia 14 de março de 1883, Karl Marx tinha concluído apenas o I volume. Deixou anotações sem ordem, e Engels dedicou-se a decifrar a letra do companheiro, apreender a essência do seu pensamento, concatenar as idéias e dar uma estrutura lógica, o mais próxima possível do modo de Marx expressá-las.
Karl Heinrich Marx e Friedrich Engels Marx Alemão do Rheinland-Pfalz e Engels era prussiano |
"Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida era contribuir, de um modo ou de outro, para a derrubada da sociedade capitalista e das instituições estatais por esta suscitadas, contribuir para a libertação do proletariado moderno, que ele foi o primeiro a tornar consciente de sua posição e de suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. A luta era seu elemento. E ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com quem poucos puderam rivalizar. (…) Como consequência, Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado de seu tempo. Governos, tanto absolutistas como republicanos, deportaram-no de seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou ultrademocráticos, porfiavam entre si ao lançar difamações contra ele. Tudo isso ele punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando conhecimento, só respondendo quando necessidade extrema o compelia a tal. E morreu amado, reverenciado e pranteado por milhões de colegas trabalhadores revolucionários - das minas da Sibéria até a Califórnia, de todas as partes da Europa e da América - e atrevo-me a dizer que, embora, muito embora, possa ter tido muitos adversários, não teve nenhum inimigo pessoal." Engels escreveu sobre seu grande amigo, após a sua morte em 1883.
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