O Maestro Heinz Heinrich Geyer nasceu no dia 27 de junho de 1897 na cidade de Mülheim an der Ruhr, Renânia – Alemanha. Portanto, hoje está completando 115 anos de seu nascimento - véspera do Concerto Viver é Lutar. Seu pai era o Sr.Karl Heinrich G. Geyer e sua mãe era a Sra. Gertrud Geyer, ambos nasceram perto do ano de 1845, próximo data da vinda dos primeiros imigrantes alemães para o Vale do Itajaí -1850.
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Sr. Geyer se formou no Conservatório de Duisburg com 16 anos de idade. Aprendeu a tocar com desenvoltura: flauta, piano e violino. Como flautista foi solista da Orquestra da cidade, participando também de montagens de óperas.
Teatro de Duisburg - Alemanha |
Com idade adulta ingressou na escola de composição do Professor Poalid e na escola do Professor Thomas Moeller. Embarcou para o novo mundo com 24 anos de idade, em 1921 (mesmo ano que nascia, também outro imigrante ilustre que escolheu Blumenau para residir - o Arquiteto Hans Broos - Ver: Um pouco de História... Arquiteto Hans Broos). Fixou residência na cidade de Blumenau. Antes, porém, seu primeiro destino seria o país vizinho – Argentina. Antes de chegar no país do tango, passou por Blumenau e gostou da prática cultural local existente, principalmente - a música.
Blumenau que o Maestro conheceu - quando aqui chegou |
Fixando residência em Blumenau, Sr. Geyer logo integrou-se e ficou muito à vontade na comunidade. Foi regente do Club Musical (fundado em 1898), da Banda Musical de Hermann Christian Ruediger, da Sociedade Musical Lyra e finalmente do Coro Masculino Liederkranz, fundado em 1909. Estes são os principais grupos que regeu, registrando que haviam outros pequenos trabalhos.
Em 10 de fevereiro de 1923 casou-se com Hedi Hiendlmayer.
Quando esteve à frente da Sociedade Teatral e Musical Frohsinn (fundada em 1932), a vida cultural e social da cidade e região deu uma guinada. O Sr. Heinz Geyer então, organizou a primeira Orquestra de cordas e sopros.
Heinz Geye ao centro - lado direito do violoncelo Foto de 1930 - Acervo particular Família Max Altenburg (em memória) Autorizado pelo Sr. Dieter Altenburg |
No dia 16 de agosto de 1936, a partir da união do Coro Masculino Liederkranz, e a
Sociedade Teatral e Musical Frohsinn surgiu Sociedade Dramático- Musical Carlos
Gomes, cujo teatro foi inaugurado no dia 12 de Fevereiro de 1939.
Durante a guerra, a partir de
1937, foi proibido veemente falar no idioma alemão, e até cantar neste idioma. O
maestro Heinz Geyer continuou a ensaiar com seus cantores, apresentando
programas com composições do folclore e cancioneiro brasileiro.
Lançamento da pedra fundamental do Teatro Carlos Gomes Rua XV de Novembro - 10 de dezembro de 1935 |
Durante a Construção do Teatro Carlos Gomes Novo Teatro, nova rua central assim determinada pelos comerciantes Fugindo do projeto original do fundador - Rua XV de Novembro. |
Quando terminou a II Guerra Mundial foi criado o grande coro sinfônico da Sociedade Dramático-Musical Carlos Gomes, estreando no dia 07 de março de 1947, ano que começou a lecionar música na Escola Normal Pedro II e, em 1962, no Conservatório Curt Hering.
No dia 8 de agosto de 1963
recebeu o título de Cidadão Blumenauense sob a Lei N° 1175. Compôs várias
composições, entre as quais:
- Hino Nacional a 8 vozes;
- Ópera Anita Garibaldo (1939) – Estreando em Blumenau no dia 2 de setembro de 1950, durante as comemorações do centenário da cidade e em diversas cidades, dentre estas no Teatro Municipal de São Paulo, em temporada oficial.
- Suíte Brasil;
- I imigrante (1956) – Obra Dramático Musical em 3 quadros;
- Viva o Ministro (1965)– Comédia musical em 3 atos;
- Quadro da Vida de Jesus;
- Quadros Históricos do Desenvolvimento do Brasil;
- Saudades (Meu Brasil) - Poema Sinfônico sobre canções folclóricas e populares;
Do livro - Ópera São Paulo, 1952-2005 - Página 80 |
Faleceu no dia 13 de junho de 1982. Há quem diga que faleceu em Blumenau, como o Pesquisador Professor Roberto Rossbach Também, há quem afirme que ele faleceu sozinho e triste no litoral - praia de Navegantes. É uma assunto a desvendar. Também agradecemos a narrativa do Sr. Wielend Lickfeld.
De acordo com biografia de autoria de Edith Kormann, quando o Maestro Geyer foi destituído de suas funções no TCG, praticamente enclausurou-se em sua casa de praia em Navegantes, onde construiu uma oficina e se dedicou ao seu passatempo predileto: mecânica e eletricidade. Pouco antes de falecer foi internado às pressas no Hospital Santa Isabel em Blumenau, onde faleceu em 13/06/1982, tendo sido sepultado no Cemitério Luterano do Centro. Faleceu, portanto, em Blumenau. Contribuição de Wieland Lickfeld – Grupo Antigamente Blumenau.
Compôs várias obras musicais, dentre elas a Ópera Anita Garibaldi e Viva o Ministro. Foi maestro, professor de violino e professor no Colégio Pedro II. Geyer faleceu no dia 13 de junho de 1982, às 18:30 h. no Hospital Santa Isabel, deixando a esposa Heidwig, o filho Heinz Geyer Júnior, uma nora e três netos. Contribuição de Ivéti Laux Peron – Grupo Antigamente Blumenau.
Está sepultado no cemitério luterano da paróquia luterana do centro - cidade de Blumenau.
A seguir, o depoimento do Ex prefeito - Sr. Victor Sasse feito durante o Festival de Cinema de 2012, durante os debates após a apresentação do Documentário sobre a vida de Heinz Geyer (Documentário no final deste Post).
A seguir, o depoimento do Ex prefeito - Sr. Victor Sasse feito durante o Festival de Cinema de 2012, durante os debates após a apresentação do Documentário sobre a vida de Heinz Geyer (Documentário no final deste Post).
Viver é Lutar!
Amanhã , dia 28 de junho, acontecerá um grande concerto a partir de uma triagem de parte da catalogação da obra do Sr. Geyer, a qual vem sendo feita pelo professor Sr. Roberto Rossbach e Sr. Tiago Pereira..
O concerto foi idealizado pelo Sr. Rossbach e pelo Sr. Pereira e trata-se de uma homenagem a partir do resgate de suas obras após trinta anos de ausência do Maestro Heinz Gayer em Blumenau e região.
Lembramos
que, naquela época, décadas de 50, 60, as pessoas se deslocavam de suas residências localizadas nos mais variados pontos do Vale do Itajaí , considerando o centro da Colônia Blumenau. Se deslocavam de trem da EFSC, para prestigiarem e assistir um bom concerto no Teatro Carlos Gomes. Um concerto no teatro era, pois, um evento imperdível e movimentava toda a Colônia Blumenau.
Depoimentos do grupo "Antigamente Blumenau"...
Os Coros Masculino Liederkranz e
Misto farão parte desta homenagem, que é o Concerto Viver é Lutar na companhia
das orquestras: Prelúdio e da FURB. Na formação do Coro Masculino Liederkranz, entre seus cantores, há coralistas que cantavam no antigo grupo coordenado pelo maestro.
Amanhã , dia 28 de junho, acontecerá um grande concerto a partir de uma triagem de parte da catalogação da obra do Sr. Geyer, a qual vem sendo feita pelo professor Sr. Roberto Rossbach e Sr. Tiago Pereira..
Sr. Roberto Rossbach e Sr. Tiago Pereira acompanhando os ensaios dos coros do centro cultural |
Maestro Heinz Geyer Fonte: KORMANN, E. O Maestro Geyer e o período áureo do Teatro Carlos Gomes. Blumenau: Acadêmica, 1985. p. 25. Contribuição: Wieland Liekfeld Grupo Antigamente Blumenau |
Depoimentos do grupo "Antigamente Blumenau"...
"A Ópera "Viva o Ministro", eu assisti várias vezes. Meu pai cantava no coral, mais tarde eu também fiz parte do coral, tempo que deixou muitas saudades." Leocadia Auffinger
Participei da Ópera Anita Garibaldi, fazendo seu papel quando criança e depois dancei na ópereta "Viva o Ministro". Sempre estudei música e ballet no Carlos Gomes, onde ele era o grande maestro. Ivéte Laux Peron
O Maestro Heinz Geyer foi meu professor de música no Pedro II de 1951 à 1955. Inclusive, cheguei a ensaiar uma peça chamada Anita Garibaldi, no Teatro Carlos Gomes, como 2º tenor. Quando ainda era vivo visitei-o uma vez na Praia de Gravatá, onde morava numa casa de madeira bem simples. Guinther Hartmann
É amanhã à noite – No Teatro
Carlos Gomes, às 19:45h, com a participação dos Coros do C.C. 25 de Julho de
Blumenau, sob a regência do Sr. José Carlos Oechsler.
A Entrada é franca no que tange o aspecto monetário, mas é um momento, de todos àqueles que conheceram a obra do Hainz Geyer , poder, no silêncio de seu coração, prestar sua homenagem, juntamente com este grupo de voluntários culturais que ajudam manter viva uma identidade da terra, a partir dos feitos de seus filhos diretos e de coração. E aqueles que não tiveram oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, uma oportunidade ímpar de conhecer sua obra, participando de uma homenagem a ele.
Sr. Oechsler regendo em um dos últimos ensaio dos coros no palco da Sala Heinz Geyer - Teatro Carlos Gomes |
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Uma vida e uma História.
Viver e Lutar...
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