quarta-feira, 27 de março de 2013

Páscoa - Tradição da cultura germânica

Osterdorf - Vila Germânica - 2013

Estamos há menos de uma semana do domingo - dia no qual é comemorada a páscoa, entre os cristãos do planeta.
Relembrando uma postagem antiga...
Qual a origem da Festa da Páscoa?
Vamos a "Um pouco de História...a Páscoa"


Vamos refletir um pouco do sobre significado primitivo  e de como surgiu as comemorações alusivas a esta data, dentro da cultura dos antepassados alemães que vieram para a região do Vale do Itajaí e para outras regiões do Brasil e do mundo. Muitos dos descendentes destes, comemoram e repetem a tradição da páscoa dentro do seio de sua família (Sem considerar o aspecto Consumo), como já era praticada na casa do Opa e da Oma, mas não tem conhecimento de sua origem.

Por volta de 1800 AC, existia um povo que vivia próximo ao Mar Báltico - que imigrou para outras regiões da Europa, onde está situado o atual território da Alemanha e partes de países vizinhos deste. Este povo era conhecido com os Germanos. Séculos de História, mais tarde, seus descendentes migraram para outros continentes do planeta.
Os Germanos/Celtas e seus descendentes, cultuavam a natureza e tinham uma mitologia própria (mitologia germânica/céltica)- apresentada no Blog do C.C. 25 de Julho de Blumenau (Para saber mais - ler Link´s sugeridos no final do post). Suas festividades, para este período do ano, eram dedicadas à deusa da primavera - Ostara
Neste tempo, de acordo com a tradição - as famílias coloriam ovos cozidos, faziam pão doce (Bolo) e grandes fogueiras.
Mais tarde, em torno do século VIII, com a chegada do cristianismo à região - romanos, estas festividades foram "ajustadas" às festas cristãs e então, propagadas pelo mundo com outra essência.
Na Alemanha, a tradição cristã da Páscoa, como a comemoração de ressurreição de Jesus, onde a morte não é percebida como fim, mas sim como o recomeço de uma nova vida, tem ligações estreitas com elementos da mitologia germânica.

Já postamos a História dos Irmãos Grimm e seu legado referenciando a cultura germânica.(Para saber mais - ler o Link  na lista do final do post).
Jacob Grimm (O irmão mais velho) explicou em um texto de sua autoria, que o próprio termo alemão à Páscoa – Ostern, deriva de Ostara – deusa germânica da primavera.
Jacob Grimm
"...A primeira das grandes festas germânicas da primavera - representando a vitória do sol aquecedor sobre as trevas e o frio do inverno, é a Ostern. Ela somente foi equiparada à festa de ressurreição de Cristo pela Igreja na Idade Média".
Jacob Grimm - livro sobre a mitologia germânica.


Na mitologia grega, o coelho representava a fertilidade. Ficou conhecido como "coelho da Páscoa" no norte da Alemanha somente há cerca de cem anos. Mitologicamente, o coelho é o animal sagrado atribuído tanto a Afrodite, a deusa do amor na mitologia romana, como para a deusa Ostara da mitologia germânica.
              
Ostara e  o coelho
A região que conhece, a mais tempo, a lenda dos ovos trazidos pelo coelho da Páscoa é a região sul da Alemanha. Segundo pesquisadores, os registros mais antigos sobre o fato, são do ano de 1678. O pesquisador Heidelberg G. F. Von Franckenau, afirma que o hábito do coelho que trás ovos de Páscoa tenha surgido a mais de 300 anos na Alsácia (França), no Palatinado e no Alto Reno (Alemanha). Na região, coelhos e lebres se multiplicavam na primavera – a Páscoa tem data coincidente com a primavera no Hemisfério norte – Então é dito, que os padrinhos das crianças teriam inventado uma caçada ao coelho, na qual as crianças encontravam os ovos coloridos escondidos nos parques e jardins.

Alois Döring
Já para o pesquisador de Bonn  - Alois Döring,  um dos símbolos mais conhecidos desta época do ano, o coelho dos ovos foi uma invenção protestante. Segundo o pesquisador tem a ver com as diferenças entre católicos e protestantes no período.
"Crianças católicas sabiam que na Páscoa poderiam voltar a comer ovos, que durante a Quaresma eram proibidos. Mas como explicar às crianças protestantes por que, de repente, havia tantos ovos na Páscoa?", explica Döring. Ele diz ainda que foi por isso que os protestantes criaram as histórias do coelho que distribuía, de casa em casa, os ovos acumulados durante o período. Ele diz:
“... o coelho era um símbolo da fertilidade – o que, aliás, não explicava como o animal, na condição de mamífero, tinha tantos ovos.”

O pesquisador prossegue dizendo que contra os ovos em si, os protestantes não tinham nada. Os ovos para todos, sempre foram tidos como símbolo de vida nova e, assim sendo, da ressurreição de Jesus Cristo. Ele afirma ainda, que a tradição de pintar, decorar e presentear os ovos já existia há muito tempo.
Antes dos ovos de chocolate enrolados em papel colorido, portanto era a tradição colorir ovos de galinha cozidos. No café da manhã do sábado ou no domingo de Páscoa, não se podia faltar ovos coloridos nas casas de cultura alemã. Aqui em Blumenau,  se perguntarmos aos mais antigos, poderão confirmar a existência de tal hábito, uma tradição muito comum entre os primeiros imigrantes alemães e seus descendentes que também se presenteavam entre si com ovos de galinha cozidos coloridos .

"Antigamente, era comum pintar os ovos apenas de vermelho, para simbolizar tanto a cor do sangue de Cristo quanto a do amor que ele nutria pela humanidade. Isso ainda é assim na Igreja Ortodoxa. E a decoração servia para distinguir os ovos bentos dos não bentos durante a Páscoa." Alois Döring

Frohe Oestern!



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