Deutsche Welle
Fifa estaria pressionando o governo brasileiro por garantias de segurança a atletas e delegações, noticia a imprensa brasileira. Oficialmente, a entidade e a Presidência da República negam qualquer ameaça à competição.
Em meio aos protestos em parte violentos nas maiores cidades brasileiras, crescem os rumores na imprensa de que a Copa das Confederações possa ser cancelada para evitar riscos à segurança de integrante das seleções e funcionários da Fifa.
O site UOL Esportes noticiou nesta sexta-feira (21/06) que a cúpula da Fifa teria dado um "recado" à presidente Dilma Rousseff: se mais algum membro das seleções que participam do torneio ou da imprensa internacional sofrer algum ato de violência, a competição seria cancelada.
A presidente já havia convocado uma reunião de emergência em seu gabinete na manhã desta sexta-feira para discutir os protestos pelo país, que deverá também incluir a questão da segurança na Copa das Confederações. O objetivo seria garantir à Fifa que o país tem condições plenas de dar continuidade ao torneio.
Ao mesmo tempo, a UOL Esportes afirma que, oficialmente, a Fifa e o Comitê Organizador Local negaram qualquer reclamação ao governo ou possibilidade de cancelamento da competição. A área de comunicação da Presidência da República também nega ter conhecimento sobre o assunto, segundo o site.
A Fifa afirmou, em nota à imprensa, que até o momento a opção de cancelamento da Copa das Confederações sequer chegou a ser discutida pela entidade ou pelo Comitê Organizador Local.
O motivo da especulação sobre a interrupção do torneio são os protestos realizados pelo país e que se intensificaram nos últimos dias, resultando em choques entre policiais e manifestantes.
O jornal O Estado de S. Paulo e a rádio CBN noticiaram que a competição, considerada um teste para a Copa do Mundo do próximo ano, corre o risco de ser cancelada. A CBN chegou a anunciar que a Fifa iria requerer compensações do Brasil se o torneio fosse interrompido em razão das manifestações.
A CBN noticiou que os jogadores de uma das equipes que disputam a Copa das Confederações estariam pressionando seus superiores para abandonar a competição, temendo pela segurança de seus familiares que vieram ao Brasil para assistir às partidas.
A Lei Geral da Copa prevê que, se o país-sede não garantir a segurança das delegações, torcedores e funcionários da Fifa, o evento pode de fato ser cancelado e o governo brasileiro teria que arcar com os eventuais prejuízos, lembra o UOL Esporte.
O jornal Folha de S. Paulo noticiou que as equipes participantes e a própria Fifa estariam "aterrorizados" com a situação no Brasil. "A competição se tornou um pesadelo para a organização. A dimensão dos problemas é mais grave do que o pior cenário imaginado pela Fifa", escreveu o jornal.
A entidade orientou os seus membros e funcionários para que se locomovam em conjunto na ida e na volta aos estádios, sempre com escolta policial.
Não há partidas marcadas para esta sexta-feira. O torneio continua no sábado, quando o Brasil enfrenta a Itália em Salvador.
Os protestos – que se voltam também contra os gastos excessivos dos governos com a Copa das Confederações e com a Copa do Mundo – atingiram seu ponto mais alto na noite desta quinta-feira, levando mais de um milhão de pessoas às ruas em pelo menos 80 cidades brasileiras.
- Data 21.06.2013
- Autoria Roberto Crescenti
- Edição Alexandre Schossler
- Link permanente http://dw.de/p/18u95
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