Deutsche Welle
Algumas dezenas de manifestantes se reuniram em frente à estação central de metrô da cidade alemã, em apoio às manifestações organizadas no Brasil.
Depois de Berlim foi a vez de os brasileiros residentes em Hamburgo organizarem uma manifestação em apoio aos protestos que começaram em São Paulo e avançaram por outras capitais brasileiras.
A belo-horizontina Liz Cunha, de 22 anos, foi uma das organizadoras da manifestação. Há três anos e meio em Hamburgo, a mineira diz que teve a ideia após ler sobre a repercussão dos protestos em outras cidades da Europa.Algumas dezenas de pessoas – aproximadamente 250, pelos cálculos dos organizadores – reuniram-se nesta terça-feira (18/06), em frente à estação central de metrô da cidade, a segunda maior da Alemanha.
Ela afirmou estar "muito emocionada e muito orgulhosa" com os protestos em seu país natal. A estudante de sociologia contou ter usado o Facebook para organizar o evento: em poucos dias, a página criada por ela já contava com mais de 770 confirmações de presença. Mas nem todos apareceram.
Também organizadora do evento, Maria Cristina Francisco, de 52 anos, disse que a manifestação é a favor da liberdade de expressão no Brasil. Para a biológa, que vive há 17 anos na Alemanha, o protesto deixa claro "o que é o direito de poder manifestar".
Poucos policiais acompanharam a manifestação, marcada para às 17h em uma das entradas mais movimentadas da estação central. A polícia de Hamburgo mostrou-se solícita com os participantes. A autorização para o protesto também foi conseguida sem maiores problemas, segundo os organizadores.
Protesto ocorreu em frente à estação central
O dia quente do verão alemão não espantou os manifestantes. Os brasileiros foram chegando aos poucos, muitos vestidos com camisas de futebol da seleção brasileira. Haviam algumas crianças, até mesmo bebês de colo.
A paulistana Lúcia Zanforlin Trede, de 30 anos, veio para a manifestação acompanhada dos pais e da filha pequena, de alguns meses. "Eu estou aqui para afirmar, para mostrar que o brasileiro quer mudar o Brasil, independentemente de morarmos lá ou aqui."
"Eu fico feliz por o povo brasileiro ter acordado, por estar se manifestando contra todas essas coisas que têm de mudar para o país ir para a frente", afirmou a engenheira química, que mora há nove anos em Hamburgo.
Fernando Zanforlin, de 61 anos, disse que está somente de passagem pela cidade. Ao saber do protesto, resolveu participar. "Por indignação com a situação no Brasil. É muita corrupção, é muito dinheiro gasto com o futebol enquanto a saúde, a educação e a segurança são deixados para segundo, se não terceiro plano."
Zanforlin vive em São Paulo e contou que veio visitar a filha Lúcia. Para o empresário, os protestos são essenciais para "fazer com que os politicos brasileiros entendam a dimensão dessa indignação, que não é somente brasileira, é mundial. O mundo está indignado com o Brasil."
Algumas dezenas de pessoas, a maioria brasileiros, participaram do protesto
Um dos poucos alemães presentes ao protesto, Tobias Merten foi enfático: "O Brasil precisa de mudanças". Merten disse ter morado mais de dez anos no Brasil e ter vivenciado durante esse tempo muita coisa "errada, que não funciona como deveria".
Nascido em Münster, o consultor de empresas de 37 anos continua: "Já desde a minha primeira visita ao Brasil, em 2002, eu me perguntava: 'por que ninguém vai as ruas, porque não se rebelam?' Finalmente esse momento chegou."
Mas ele se mostra também um pouco cético: "O brasileiro precisa de paciência agora, essa mudança não será de hoje para amanhã. Eu espero que o brasileiro saiba que não é uma coisa passageira, e que não se deixe distrair pelo futebol, por exemplo".
- Data 18.06.2013
- Autoria Manoella Barbosa, de Hamburgo
- Edição Alexandre Schossler
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