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Democrata-cristãos conseguem ampla vitória, mas, sem maioria absoluta, devem iniciar negociações com social-democratas e verdes para montar nova coalizão. FDP fica de fora do Parlamento pela primeira vez na história.
A União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal Angela Merkel, chegou perto, mas não conseguiu nas eleições deste domingo (22/09) obter a maioria absoluta no Bundestag (câmara baixa do Parlamento), resultado que lhe permitiria governar sem a necessidade de uma coalizão.
Com 41,5% dos votos, cifra mais que sete pontos superior à de 2009, a CDU e sua aliada bávara União Social Cristã (CSU) obtiveram porém uma grande vitória eleitoral, suficiente para dar a Merkel um terceiro mandato. E nos próximos dias abrirão negociações com o Partido Social-Democrata (SPD), que teve 25,7%, e com o Partido Verde, que conseguiu 8,4%, para formar um governo.
"Muito provavelmente as negociações de coalizão serão conduzidas entre nós", disse Merkel, durante um debate na TV logo após o fechamento das urnas, em referência aos verdes e social-democratas. "Eu vejo os próximos quatro anos diante de mim e posso prometer que teremos muito o que fazer em casa, na Europa e no mundo."
Como os verdes, durante a campanha, vinham se posicionando contra uma aliança com a CDU, a opção que se anuncia como mais provável é uma nova edição da chamada "grande coalizão", que sustentou o primeiro governo Merkel, entre 2005 e 2009.
"A situação está incerta. O SPD prefere não especular sobre como poderá ser o novo governo", disse Peer Steinbrück, candidato dos social-democratas à chancelaria federal. "A bola está com Merkel."
Eurocéticos chegaram perto
A atual coalizão de governo era formada pela CDU, CSU e o Partido Liberal Democrático (FDP), que nas eleições deste domingo conseguiu apenas 4,8% dos votos e ficou sem representação parlamentar – são necessários pelo menos 5% para entrar no Bundestag. É a primeira vez na história que os liberais não conseguem a margem mínima para estar no Legislativo.
"É claramente o pior resultado que já tivemos. É um momento difícil para o FDP e, como seu principal candidato, eu assumo a responsabilidade por isso", disse o liberal Rainer Brüderle.
A única possibilidade de Merkel deixar o poder seria diante de uma cooperação entre as três maiores forças da oposição – o SPD, o Partido Verde e o partido A Esquerda, que obteve 8,6% dos votos. Mas a opção foi categoricamente descartada pelo próprio Steinbrück, já que esta última legenda é formada por antigos dirigentes da Alemanha comunista e por dissidentes do SPD.
Uma das grandes surpresas da eleição foi o partido eurocético Alternativa para a Alemanha (AfD), que obteve 4,7% dos votos e quase entrou no Parlamento. Mais de 60 milhões de alemães estavam aptos a votar, e o comparecimento às urnas ficou em 71,5%, superior aos 70% de 2009, o menor da história.
- Data 23.09.2013
- Autoria Rafael Plaisant
- Edição Alexandre Schossler
- Link permanente http://dw.de/p/19m9l
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